excesso de foco no efeito, e o esquecimento da causa
Por Osvaldo Nery Neto
Essa é a frase que resume o lamentável comportamento dos programas sensacionalistas da mídia brasileira.
Exploradores da desgraça alheia, e deturpadores das verdadeiras funções jornalísticas, que é informar, formar, educar, conscientizar, difundir e defender o interesse público, e que deveriam, por obrigação, terem como fim, os programas como; cidade alerta, Brasil urgente, repórter cidadão, e linha direta, desviam a atenção do público dos verdadeiros problemas sociais, e consagram escândalos sócio-familiares como espetáculo de circo.
Por meio de notícias bombásticas, numa busca descontrolada pela audiência, transmitem informações superficiais, desqualificadas e tendenciosas, que carecem de apuração e não tem o mínimo de transparência, fatores que são fundamentais para o bom esclarecimento do público.
Com uma estratégia puramente empresarial, transformam informação em entretenimento, e como se não bastasse, num entretenimento de péssima qualidade, onde sexo, drogas e violências predominam nos noticiários, se é que assim podem ser chamados.
O ideal que prevalece nesse tipo de programação, com já disse, é a busca da audiência, é a busca do lucro, através do foco no efeito, do foco nos acontecimentos, sem a menor preocupação de analisar a causa, de analisar os fatos que causam esses efeitos, o que permite, e o que faz com que eles aconteçam, medidas extremamente necessárias para um programa jornalístico.
Com um método baixo, negligente e também perigoso, pois incentivam sentimentos de pânico e insegurança por toda parte, propagam o medo a cada notícia veiculam e fazem dele o arquétipo das relações humanas. Essa mídia sensacionalista, que sem ética e respeito pelo espectador promove espetáculos trágicos e sangrentos em cima de "supostas" aberrações sociais, trabalha e propaga o medo, que a princípio é um sentimento de inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, em meio ao seu discurso nessa segunda definição (imaginária, irreal), a partir de estimativas irreais, de probabilidades que se baseam em pesquisas que desconhecemos.
Isso faz com que, conforme esses números, pesquisas, ou notícias sejam divulgas mais efeitos nocivos aconteçam. É aí que o perigo maior entra em cena: a política, o estado.
Geralmente baseado na opinião pública, em suprir as carências sociais, em atender as necessidades mais solicitadas pela sociedade, que são divulgadas pela mídia, é que o estado, por meio de seus representantes, desenvolve e aplica suas políticas. Políticas essas que são criadas, e baseadas justamente nessas divulgações, políticas voltadas para a resolução de problemas que na realidade não existem, problemas especulativos que difundem o pânico, e que muitas vezes tem como fim, interesses comerciais e políticos.
É por isso que as análises das causas desses efeitos indesejáveis, que na mídia estão constantemente presentes, são de extremamente relevância. Para que as políticas desenvolvidas pelo governo, que visam suprir e calar essas vozes virtuais, sejam eficientes, sejam reais, sejam concretas, para que atuem no ponto certo, no ponto que eliminará os problemas.
Outro dos grandes absurdos dos programas sensacionalistas, são as opiniões dos apresentadores que, por meio do discurso, estimulam a violência e sugerem políticas nacionais, nada convencionais, para a solução de problemas únicos e isolados.
A partir de um caso, estimulam a população a pensar que certa medida, geralmente estúpida e absurda, é necessária para a paz e harmonia social do país inteiro.
As opiniões desses "jornalistas", formadores de opinião, são determinantes e muito perigosas na determinação do que as pessoas devam pensar, do que elas devam acreditar que é certo e justo. como o caso do jornalista e apresentador marcelo rezende, que na última segunda feira (24/05/05), no programa cidade alerta, às 18h10, horário em que a menor das crianças tem acesso a tv, num comentário sobre o seqüestro de uma mulher com seus dois filhos pequenos, disse: "é por isso que tem que ter prisão perpétua". é por isso que tem que ter prisão perpétua, para acabar com esses vagabundos".
Uma atitude totalmente anti-ética, de um profissional que se diz jornalista, e como tal tem o dever de, primeiramente, informar, conscientizar e educar o público que o sustenta. sua postura deturpa o meio jornalístico, e comprova como a justiça brasileira é omissa, e ineficiente.
Antes de qualquer pré-julgamento, Marcelo deveria analisar qual o verdadeiro motivo dos seqüestradores serem "vagabundos". Será opção deles, ou será pela ausência de emprego, a ausência do estado? Será que realmente são "vagabundos"? Qual o motivo que realmente os levou a seqüestrar a família? Não seria uma necessidade urgente de dinheiro?
Ao pé da letra, vagabundo significa aquele que leva uma vida errante. e errante é aquele que anda sem rumo, vagueia. agora uma pessoa que procura, procura e não acha emprego vai fazer o que??? vaguear certo?!?!?
Mas isso não vem ao caso, o fato é que o mínimo que rezende poderia e deveria fazer, como um profissional que tem como compromisso maior a divulgação e a cobrança das maiores carências da sociedade, é divulgar o fato.
Se quiser fazer algum tipo de crítica, dar algum tipo de opinião, tem que fazê-lo em relação ao governo, direcionando ao estado. Tem que fazer cobrança ao governo que não propõe, ou melhor, até propõe mas não realiza, uma política realmente eficiente, uma política que funcione e que acabe com as causa desse efeitos nocivos.
Não adianta tomar remédio para dor de cabeça, se é aquilo que você come que à causa. não adianta crucificar o efeito, ou as pessoa que o manifestam, e não tomar providência para eliminar a causa.
Enfim, a única solução plausível para essa questão é a exterminação total desses programas dramáticos, que promovem o apocalipse urbano. Programas que distorcem a informação, e usam-na como tática de introdução num entretenimento que explora o sofrimento e as realidades humanas.
Uma das únicas alternativas visíveis para essa questão, é o desenvolvimento da programação da televisão pública, que prioriza o foco dos jornais nas causas desses problemas, para atuar como molde dessas pragas contidas nas tv´s comerciais.
Exploradores da desgraça alheia, e deturpadores das verdadeiras funções jornalísticas, que é informar, formar, educar, conscientizar, difundir e defender o interesse público, e que deveriam, por obrigação, terem como fim, os programas como; cidade alerta, Brasil urgente, repórter cidadão, e linha direta, desviam a atenção do público dos verdadeiros problemas sociais, e consagram escândalos sócio-familiares como espetáculo de circo.
Por meio de notícias bombásticas, numa busca descontrolada pela audiência, transmitem informações superficiais, desqualificadas e tendenciosas, que carecem de apuração e não tem o mínimo de transparência, fatores que são fundamentais para o bom esclarecimento do público.
Com uma estratégia puramente empresarial, transformam informação em entretenimento, e como se não bastasse, num entretenimento de péssima qualidade, onde sexo, drogas e violências predominam nos noticiários, se é que assim podem ser chamados.
O ideal que prevalece nesse tipo de programação, com já disse, é a busca da audiência, é a busca do lucro, através do foco no efeito, do foco nos acontecimentos, sem a menor preocupação de analisar a causa, de analisar os fatos que causam esses efeitos, o que permite, e o que faz com que eles aconteçam, medidas extremamente necessárias para um programa jornalístico.
Com um método baixo, negligente e também perigoso, pois incentivam sentimentos de pânico e insegurança por toda parte, propagam o medo a cada notícia veiculam e fazem dele o arquétipo das relações humanas. Essa mídia sensacionalista, que sem ética e respeito pelo espectador promove espetáculos trágicos e sangrentos em cima de "supostas" aberrações sociais, trabalha e propaga o medo, que a princípio é um sentimento de inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, em meio ao seu discurso nessa segunda definição (imaginária, irreal), a partir de estimativas irreais, de probabilidades que se baseam em pesquisas que desconhecemos.
Isso faz com que, conforme esses números, pesquisas, ou notícias sejam divulgas mais efeitos nocivos aconteçam. É aí que o perigo maior entra em cena: a política, o estado.
Geralmente baseado na opinião pública, em suprir as carências sociais, em atender as necessidades mais solicitadas pela sociedade, que são divulgadas pela mídia, é que o estado, por meio de seus representantes, desenvolve e aplica suas políticas. Políticas essas que são criadas, e baseadas justamente nessas divulgações, políticas voltadas para a resolução de problemas que na realidade não existem, problemas especulativos que difundem o pânico, e que muitas vezes tem como fim, interesses comerciais e políticos.
É por isso que as análises das causas desses efeitos indesejáveis, que na mídia estão constantemente presentes, são de extremamente relevância. Para que as políticas desenvolvidas pelo governo, que visam suprir e calar essas vozes virtuais, sejam eficientes, sejam reais, sejam concretas, para que atuem no ponto certo, no ponto que eliminará os problemas.
Outro dos grandes absurdos dos programas sensacionalistas, são as opiniões dos apresentadores que, por meio do discurso, estimulam a violência e sugerem políticas nacionais, nada convencionais, para a solução de problemas únicos e isolados.
A partir de um caso, estimulam a população a pensar que certa medida, geralmente estúpida e absurda, é necessária para a paz e harmonia social do país inteiro.
As opiniões desses "jornalistas", formadores de opinião, são determinantes e muito perigosas na determinação do que as pessoas devam pensar, do que elas devam acreditar que é certo e justo. como o caso do jornalista e apresentador marcelo rezende, que na última segunda feira (24/05/05), no programa cidade alerta, às 18h10, horário em que a menor das crianças tem acesso a tv, num comentário sobre o seqüestro de uma mulher com seus dois filhos pequenos, disse: "é por isso que tem que ter prisão perpétua". é por isso que tem que ter prisão perpétua, para acabar com esses vagabundos".
Uma atitude totalmente anti-ética, de um profissional que se diz jornalista, e como tal tem o dever de, primeiramente, informar, conscientizar e educar o público que o sustenta. sua postura deturpa o meio jornalístico, e comprova como a justiça brasileira é omissa, e ineficiente.
Antes de qualquer pré-julgamento, Marcelo deveria analisar qual o verdadeiro motivo dos seqüestradores serem "vagabundos". Será opção deles, ou será pela ausência de emprego, a ausência do estado? Será que realmente são "vagabundos"? Qual o motivo que realmente os levou a seqüestrar a família? Não seria uma necessidade urgente de dinheiro?
Ao pé da letra, vagabundo significa aquele que leva uma vida errante. e errante é aquele que anda sem rumo, vagueia. agora uma pessoa que procura, procura e não acha emprego vai fazer o que??? vaguear certo?!?!?
Mas isso não vem ao caso, o fato é que o mínimo que rezende poderia e deveria fazer, como um profissional que tem como compromisso maior a divulgação e a cobrança das maiores carências da sociedade, é divulgar o fato.
Se quiser fazer algum tipo de crítica, dar algum tipo de opinião, tem que fazê-lo em relação ao governo, direcionando ao estado. Tem que fazer cobrança ao governo que não propõe, ou melhor, até propõe mas não realiza, uma política realmente eficiente, uma política que funcione e que acabe com as causa desse efeitos nocivos.
Não adianta tomar remédio para dor de cabeça, se é aquilo que você come que à causa. não adianta crucificar o efeito, ou as pessoa que o manifestam, e não tomar providência para eliminar a causa.
Enfim, a única solução plausível para essa questão é a exterminação total desses programas dramáticos, que promovem o apocalipse urbano. Programas que distorcem a informação, e usam-na como tática de introdução num entretenimento que explora o sofrimento e as realidades humanas.
Uma das únicas alternativas visíveis para essa questão, é o desenvolvimento da programação da televisão pública, que prioriza o foco dos jornais nas causas desses problemas, para atuar como molde dessas pragas contidas nas tv´s comerciais.
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